sexta-feira, 15 de abril de 2011

Aos amigos uma pequena reflexão

Finalmente um educador se pronunciou quanto ao caso. E, sendo um texto muito interessante, destaquei um trecho: “...Como professora, sei que o que os alunos reproduzem em sala nada mais é do que ouviram da boca de seus pais ou na mídia...”


Automaticamente indaguei-me: e agora o que poderia ser feito? Por que nada foi feito antes da fatídica tragédia? Hoje, numa das reuniões que frequento sobre o estudo do espiritismo, tentei fazer uma analogia com o ocorrido na Escola com o desastre do Morro do Bumba. Até que ponto aqueles que não agiram antes, sabendo que as construções não poderiam estar ali, são corresponsáveis pelas mortes daquelas pessoas? Da mesma forma, a escola falhou no acompanhamento daquele introspectivo aluno?


De repente, fui interrompido, uma das participantes do grupo anunciou-se com suas credenciais, dizendo que era professora há 30 anos e que a escola não possui nenhuma culpa no ocorrido. O problema está nas famílias, pois os docentes levam essa informação aos pais. Assim, os pais seriam os únicos responsáveis pelo o ocorrido e, se não existem psicopedagogos ou psicólogos na escola, essa seria culpa dos governos.


Refleti sobre que ela disse e pensei: o que os professores fariam se, de repente, seus salários fossem diminuídos pela metade? Acredito que uma grande paralisação pela causa. Claro, esse problema os afeta diretamente. Se não há equipe psicopedagógica nas escolas, por que não fazer uma paralisação pelo tema? Talvez porque o introspectivo menino Wellington não fosse problema da escola.


Lógico, essa professora só está exteriorizando o que ela aprendeu nessa sociedade neo liberalista, o individualismo. Mas, a escola pagou o preço por essa displicência, mesmo que ocorrida de forma subjetiva, sem dolo.


Precisamos entender que o problema do próximo nos afeta.


Pinte o seguinte quadro: o homem que descobre que foi traído. Num primeiro momento o que pensamos? Problema dele... Corno é assim mesmo... Bom pra aprender e etc. Só que ele se vai a um bar e afoga suas mágoas num porre etílico, pega o carro e mata cinco pessoas num ponto de ônibus. Agora amplie e veja a situação de violência e de excluídos na sociedade.


Seria um problema só deles? Realmente a meritocracia resolve esse problema? Está claro que o problema do próximo também é meu problema, porque vivemos no mesmo corpo social e tudo nele nos afeta.



Alexandre Medeiros

Nenhum comentário: