sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Vida em Outros Mundos

Eurípedes Kühl

O escritor Eurípedes Kühl realizou uma intensa pesquisa para falar sobre a vida em outros mundos, sob o ponto de vista do Espiritismo. Ele reuniu os resultados na matéria a seguir, que pode servir de orientação para quem quiser se aprofundar no tema.
Há vida em outros mundos?
Desde que a Astronomia comprovou que a Terra é um planeta a girar em órbita cativa ao Sol, solidariamente com outros planetas, o homem fez a pergunta acima, que muito mais passou a ser repetida quando ficou provado que a quantidade de sóis e planetas é incontável.
Como é a vida em outros mundos, não há um único homem que possa afirmar e comprovar – só devanear, sonhar, ensaiar. Contudo, espíritos mais evoluídos que os terrestres, ao menos, podem informar, mediunicamente.
Nesta oportunidade, estaremos trazendo para os leitores a resposta dada por vários estudiosos, cada um a seu modo. Considerando o caráter eminentemente científico desta revista, que apropria do Espiritismo o que ele oferta sobre vários temas, inicialmente registraremos as premissas espíritas dessa tão apaixonante quanto instigante questão.
Isso posto, socorrendo-nos da síntese, passemos às respostas.
O Livro dos Espíritos
Questões 55 a 59:
Sim! Há vida em todos os globos que se movem no Espaço!;
Deus povoou de seres vivos os mundos e pensar ao contrário será duvidar de Sua sabedoria [por que o Criador faria coisas (mundos) inúteis?];
a constituição física dos habitantes difere de mundo a mundo, embora a forma corpórea, em todos os mundos seja a mesma da do homem terrestre, com menor ou maior embelezamento e perfeição, segundo a condição moral dos habitantes;
mundos afastados do Sol têm outras fontes de luz e calor, adequados à constituição dos respectivos habitantes; muitos mundos têm fontes próprias, tais como a eletricidade, com outros empregos, sem compreensão terrena.
Questões 172 a 188:
a existência corporal na Terra é das mais grosseiras e das mais distantes da perfeição;
as diversas existências físicas do homem podem ser na Terra bem como em outros mundos; o início dessas existências não terá sido aqui, bem como seu término também não o será;
a multiplicidade de vidas na Terra proporciona uma enorme gama de aprendizados ao Espírito;
em cada mundo há uma gradação de valores morais dos seus habitantes;
o conhecimento de detalhes físicos e morais sobre os habitantes de outros mundos perturbaria aos terrestres, daí não lhes ser revelado ainda; (grifamos)
infância e duração da existência nos mundos superiores à Terra são mais curtas, aquelas, e mais longas, estas, dado que corpos mais sutis têm menos fatores a miná-los;
o perispírito (corpo que reveste o espírito) é formado de matéria específica de cada mundo, sendo que os espíritos puros têm envoltórios “extremamente” etéreos:
Obs.: disseram os espíritos a Allan Kardec, quanto ao grau de evolução dos habitantes do Sistema Solar:
Marte: inferior à Terra;
Júpiter: muito acima de ambos (na coleção da Revista Espírita, muitos espíritos que habitaram na Terra disseram estar em Júpiter);
Sol: não tem habitantes; contudo, é local de reunião de espíritos superiores.
O Livro dos Médiuns
1ª Parte, Cap. I, n° 2:
Por que injustificável privilégio este quase imperceptível grão de areia (a Terra), que não avulta pelo seu volume, nem pela sua posição, nem pelo seu papel que lhe cabe desempenhar, seria o único planeta povoado de seres racionais? A razão se recusa a admitir semelhante nulidade do infinito e tudo nos diz que os diferentes mundos são habitados.
1ª Parte, Cap. I, n° 100:
em mundos mais adiantados o homem se põe em comunicação com os espíritos com maior facilidade e os vê com freqüência.
2ª Parte, Cap. XXVI, n° 296:
as descrições que os espíritos fazem sobre outros mundos devem ser vistas com extrema cautela (grifamos); os bons espíritos dão uma que outra informação sobre os habitantes de diferentes mundos, com o objetivo precípuo do nosso melhoramento moral.
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. III, n° 3 e 4:
há mundos cujas condições morais dos seus habitantes são inferiores às da Terra; em outros, são da mesma categoria; há mundos mais ou menos superiores e, finalmente, há aqueles nos quais a vida é, por assim dizer, toda espiritual;
classificação dos mundos (puramente pedagógica) segundo seu estado moral e destinação:
mundos primitivos: primeiras encarnações da alma;
mundos de expiação e provas: domínio do mal (a Terra é desta classificação);
mundos de regeneração: as almas ainda têm o que expiar, mas ali encontram repouso das fadigas;
mundos ditosos: predomínio do bem;
mundos celestes ou divinos: habitação dos Espíritos depurados; neles, reina exclusivamente o bem.
A Gênese
Cap. XI, n°s 7 a 9:
desde toda a eternidade Deus criou mundos materiais e seres espirituais, pois se assim não fora tais mundos careceriam de finalidade;
os seres são criados simples e ignorantes, tendo por final a evolução, rumo à angelitude;
antes da existência da Terra mundos sem conta haviam sucedido a mundos...
Revista Espírita
Publicação mensal, de 1858 a 1869 sob a direção de Allan Kardec. Já no primeiro ano, Kardec advertia que os textos publicados seriam aqueles referentes aos fatos que chegassem ao seu conhecimento – comunicações mediúnicas (na maioria) e cartas de leitores. A publicação seria realizada desde que contivesse um fim útil aos demais leitores. Dos textos, abstrairia suas próprias idéias, deles sendo apenas editor, ou “inventariante”.
Dessa forma, tudo o que fez publicar ali, contou sim com sua judiciosa seleção, mas não necessariamente expressando seu pensamento. É de se deduzir que, no mínimo, atribuiu aos textos o beneplácito do possível.
Sobre o tema “Vida em outros mundos”, não o detalhou nos livros com os quais codificou o Espiritismo, fazendo-o na Revista Espírita. Por si só, tal fato autoriza-nos imaginar que o mestre lionês, na missionária tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos, optou por dividir sua dedicação em dois projetos:
o primeiro, lançar bases espirituais, filosóficas e científicas do Espiritismo, o que fez nas chamadas “obras básicas”;
o segundo, publicar, em paralelo, fatos concernentes ou que de alguma sorte pudessem a ela (à Doutrina dos Espíritos) se ligar – fê-lo na Revista Espírita.
É sob esse enfoque que encontramos inúmeros textos na coleção da Revista Espírita, dando pormenores da vida em outros mundos, como por exemplo:
Revista Espírita - Março/1858
Marte: vida inferior à da Terra (Obs.: esse registro corrobora a longa “nota de rodapé” inserta na questão n° 188 de O Livro dos Espíritos, de Abril/1857);
Urano: habitantes com moral mais elevada do que a dos terrestres;
Júpiter: o mais avançado dos planetas do Sistema Solar. Seus habitantes:
corpos de conformação semelhante à terrena, mas de maior leveza;
deslocam-se roçando ao solo, sem fadiga (como os peixes e as aves);
na morte, os corpos não são submetidos à decomposição pútrida: dissipam-se;
alimentam-se de frutas, plantas e emanações nutritivas do meio ambiente;
expectativa de vida: cerca de 500 anos (quase não há doenças);
infância: dura apenas alguns dos nossos meses;
linguagem: quase sempre de espírito a espírito (mas há, também, a linguagem articulada);
ocupações: puramente intelectuais;
vidência (segunda vista): permanente, para a maioria dos habitantes;
animais: mais inteligentes que os animais terrestres, mas sem se aproximar do nosso nível; são encarregados dos trabalhos manuais;
arquitetura: na Revista Espírita de Agosto/1858, em anexo, foi distribuído detalhado desenho de uma habitação em Júpiter (a casa de Mozart), desenho esse realizado por médium desenhista, muito elogiado por Kardec; entrevistado, mediunicamente, Mozart declarou que tem Cervantes e Zoroastro por vizinhos.
Revista Espírita - Maio/1859
Chopin está residindo em um dos mundos atribuídos a espíritos errantes; esses mundos assemelham-se aos acampamentos terrenos, destinados a repouso temporário; os habitantes desses mundos podem deles se afastar, quando queiram.
Revista Espírita - Outubro/1860
Marte é a primeira encarnação dos demônios mais grosseiros; são seres rudimentares; sua vida é curta; não são canibais, mas sua vida beira a vida da “idade da pedra”, da Terra; lá, os mares são “furiosos” e não permitem a navegação (Obs.: Vemos aqui outra nota corroborando a questão 188 de O Livro dos Espíritos).
Revista Espírita - Agosto/1862
“O planeta Vênus” é um ditado mediúnico espontâneo, do espírito Georges, o qual comparece em vários números da Revista Espírita. Disse ele sobre Vênus:
ar: sutil, como o das altas montanhas terrenas; impróprio para os terrestres; mar profundo e calmo; divisões, querelas e guerras são desconhecidas; artes sublimes substituem a indústria terrestre;
habitantes: semelhantes aos da Terra; têm adoração constante e ativa ao Ser Supremo, sem cultos;
alimentação: à base de frutas e de lacticínios; ignoram nutrição por carne; não existem doenças;
expectativa de vida: infinitamente mais longa do que não o é a prova terrestre; a velhice é o apogeu da dignidade humana;
vestes: uniformes, grandes túnicas brancas.
Perfil Moral
Até aqui, caro leitor, todos os nossos passos foram dados na sólida companhia de Kardec. Redobramos nossa admiração por tão competente quanto amiga companhia. Com imenso respeito a todas as religiões, é-nos inescapável verificar que somente o Espiritismo se debruçou sobre o tema que estamos focando, de tamanha transcendentalidade.
Daquilo que encontramos, tanto nas chamadas “obras básicas do Espiritismo”, quanto na Revista Espírita, podemos inferir que:
1° – Por zelo e prudência, os registros, eventuais análises, reflexões e pareceres mencionados por Kardec foram precedidos de expressões do tipo: “este livro (O Livro dos Espíritos) foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores...”; “do ensino dado pelos Espíritos...”; "todos os Espíritos afirmam e a razão diz que assim deve ser...”; “antes de entrarmos nos detalhes das revelações que os Espíritos nos fizeram...“; “vamos apresentar as respostas que os Espíritos deram...”; “idéias desenvolvidas nesta obra, algumas delas são pessoais, outras hipotéticas, outras são esboços...”; “essa descrição (dada por um Espírito sobre Vênus), sem dúvida, não tem nenhum dos caracteres de uma autenticidade absoluta, e também não a damos senão a título condicional...”.
2° – Assim, lecionando cautela e sabedoria, Kardec, ao tratar da habitabilidade nos diversos mundos, foi econômico quanto a detalhes da vida material neles, trilhando quase que exclusivamente pelo perfil moral dos seus habitantes.
3° – Imaginamos que é por essa causa que não há especificidade na Codificação do Espiritismo (feita por Kardec) sobre as condições físicas da vida nos diferentes mundos. O que temos ali é sempre o enfoque do comportamento, no bem ou no mal, endereçando cada espírito para um mundo consentâneo com seu histórico vivencial-moral, consubstanciando débito e crédito. Em razão desse patrimônio moral, edificado em multiplicadas existências, o espírito terá passaporte para o mundo cuja vida e habitantes se lhe adeqüem em sintonia, e onde, por bondade de Deus, lá o aguardam meios e novas oportunidades de crescimento moral.
Agora, despedindo-nos de Kardec, mas ainda nos trilhos espíritas, vamos caminhar com outras companhias.
Obras Psicografadas
De início, pela abençoada mediunidade de Francisco Cândido Xavier, poderemos “ir a outros mundos” e ver como é a vida (física e moral) por lá.
Cartas de Uma Morta
Livro do espírito Maria João de Deus (mãe de F.C.Xavier), de 1935, cuja segunda edição, de 1937, aparenta ser “edição própria”. Desse livro há uma 8ª edição, de 1978, da LAKE, SP/SP, a cargo do Departamento Editorial Caminheiros do Bem. Nessa obra encontramos dois capítulos referentes a Saturno e a Marte.
Saturno:
saturninos são incontestavelmente superiores aos terrestres; não há vícios, nem guerras; utilizam a eletricidade na sua plena possibilidade;
têm habitações de estilo gracioso;
a autora espiritual viu seres estranhos, extraordinariamente feios, evolucionando-se nos ares, em “gracis movimentos”;
os habitantes dedicam-se mais à espiritualidade;
as moléstias incuráveis lhes são desconhecidas;
a vegetação: é diferente da terrena, pois é azulada;
os mares são rosados.
Marte:
habitantes: têm grande espiritualidade: sem guerras, só vibrações de paz;
os homens são mais ou menos semelhantes aos terrícolas, mas os seus organismos possuem diferenças apreciáveis: além dos braços, têm ao longo das espáduas umas ligeiras protuberâncias, à guisa de asas, que lhes prodigalizam interessantes faculdades volitivas;
o ar é muitíssimo mais leve; conhecem os enigmas profundos da eletricidade, que usam com maestria;
as edificações são análogas às da Terra;
a vida em Marte é mais aérea – poderosas máquinas;
embora existam oceanos, há pouca água; sistemas de canalização; poucas montanhas.
Emmanuel
Livro do autor espiritual cujo nome é o título da obra (1938, Ed. FEB, RJ/RJ). Consta no prefácio:
"(...) assim como Marte ou Saturno já atingiram um estado mais avançado em conhecimentos, melhorando as condições de suas coletividades, o vosso orbe (a Terra) tem, igualmente, o dever de melhorar-se, avançando, pelo aperfeiçoamento das suas leis, para um estágio superior, no quadro universal”.
Novas Mensagens
1939, Ed. FEB, RJ/RJ
O autor espiritual (Humberto de Campos) traz um capítulo inteiro sobre visita (em espírito) que fez a Marte:
Marte tem cidades fantásticas pela sua beleza inaudita: avenidas extensas e amplas, sendo as construções análogas às da Terra; a vegetação, de tonalidade vermelha, é muito mais exuberante do que a terrena;
Marte é “um irmão mais velho e mais experimentado na vida; seus habitantes sempre oram ao Senhor do Universo, em benefício da humanidade terrena”;
habitantes têm arcabouço físico algo diferente do terrestre;
alimentação: através das forças atmosféricas;
(viu) máquinas aéreas possantes que se balouçavam no pé das nuvens; muitas dessas nuvens são produzidas artificialmente, para atender reinos mais fracos da natureza.
Ainda outro espírito, por outro médium, discorreu profusamente sobre Marte:
A Vida no Planeta Marte
O Espírito Ramatís, em psicografia de Hercílio Maes, é autor desse livro (1ª Ed. 1955, Livraria Freitas Bastos, RJ/RJ), que já no nascedouro se tornou polêmico, eis que traz um fantástico leque de detalhes sobre a vida em Marte, em caminho oposto ao registrado por Allan Kardec, como já vimos anteriormente (em O Livro dos Espíritos e na Revista Espírita). Diz-nos esse autor espiritual:
a humanidade que habita Marte (de um a um e meio milhões de habitantes) é mais evoluída que a terrestre: não há violência, vícios ou paixões inferiores; seus habitantes possuem faculdades de telepatia e psicometria. Assim, a linguagem, quase sempre, ocorre por telepatia; têm cabelos poéticos e resplendentes, quais anjos; têm protuberâncias semelhantes a asas, ao longo das espáduas; na velhice, o espírito parte para o espaço, antes do aniquilamento vital;
alimentação: inteiramente vegetariana;
migrantes: vários seres que viveram algum tempo em Marte não se adaptaram e, em conseqüência, migraram para mundos “aquém de Marte”; alguns perambulam na Terra;
relações conjugais no matrimônio: o encontro sexual se dá pelos “plexus abdominais”, sem impurezas do sexo orgânico; as mulheres estão livres da délivrance (delivramento);
moralmente, Marte está mil anos à frente da Terra; no campo científico, quinhentos anos;
transportes: 75% são feitos por via aérea, absolutamente em segurança; existem aeronaves para viagens interplanetárias, tripuladas ou não.
Autor Encarnado - Às Margens do Rio Sagrado
Livro de autoria de Edgard Armond (1ª Ed. 1979, Editora Aliança, SP/SP). Num capítulo inteiramente dedicado a Saturno, diz-nos o autor:
Saturno é um mundo de paz;
habitantes: seres evangelizados; seus órgãos de percepção são mais elevados; seus corpos são eterizados, suportando longos períodos de atividades sem alimentação (esta, feita de sucos vegetais e respiração);
atividade religiosa: intensa, em comunhão com o Plano Espiritual Superior;
casas não têm portas; “arquitetura” espiritual; construções, em geral, são de material translúcido e flexível (em muitos casos são edificadas construções por mentalização de técnicos selecionados);
tráfego intenso, silencioso e suave.
Ensaios Científicos de Pensadores Consagrados
Antes, devemos refletir que nós, seres humanos, só podemos discorrer sobre aquilo que os sentidos nos mostrem, possibilitando-nos, por analogia e pela lógica, comparar e deduzir. Daí, partindo do conhecido temos chegado ao desconhecido. É assim que através dos séculos o homem vem edificando seu aprendizado terreno, aplicável à vida física.
Agora, como falar da vida em outros mundos? Para tanto, melhor será nos equiparmos da razão, de parelha com a fé, e analisarmos o que alguns cientistas ensaiaram a respeito. Eis alguns exemplos:
Nicolas Camille Flammarion (1847-1925), célebre astrônomo francês.
A Pluralidade dos Mundos Habitados
Essa obra (1ª Ed. Na França, em 1862, traduzida da 23ª edição e publicada em português pela Livraria Garnier Irmãos, RJ/RJ) trata das condições de habitabilidade das terras celestes, discutidas do ponto de vista da Astronomia e da Fisiologia, fazendo abstração do Espiritismo, daí advindo que seu caráter eminentemente científico dirige-se aos incrédulos.
Obs.: Kardec, em duas ocasiões, elogiou esse livro (na RE de Jan/1863, e na de Set/1864). Fica o convite para o leitor que queira pesquisá-la. É obra de fôlego.
Uranie
Livro escrito provavelmente em 1864, cuja primeira edição em português é de 1951, pela Federação Espírita Brasileira, sob o título Urânia. Nessa obra, muito descritiva, Flammarion ensaia:
o número de universos é infinito;
Marte e Vênus têm habitantes pensantes;
Júpiter está em período primário de preparação orgânica;
Saturno será habitado por seres incompatíveis com os organismos terrestres;
Marte é semelhante à Terra, mais adiantado na senda do progresso;
habitantes são muito superiores aos da Terra; são maiores e mais leves que os terrestres; transportam-se por navegação aérea (frotas movidas pela eletricidade); são de origem sextúpede: bípedes, bimanos e bialados (duas asas); têm doze sentidos, que lhes permitem comunicação direta com o universo;
não há alimentação: sua nutrição se dá por renovação celular, através de respiração similar à das árvores terrestres;
construções são edificadas pelo pensamento;
todos os trabalhos materiais são executados por máquinas e sob direção de algumas raças aperfeiçoadas de animais;
concepções e nascimentos lembram mais algo parecido com a fecundação das flores;
a luz sobre os habitantes de Marte não produz a respectiva sombra;
Marte já mandou sinais para a Terra, mas sem resposta;
Vênus é um mundo análogo à Terra e menos privilegiado ainda; as estações rápidas produzem bruscas variações de temperatura.
Pierre Simon (1749-1827), dito marquês de Laplace. Célebre astrônomo, matemático e físico francês.
Exposição do Sistema do Mundo
Livro editado na França, em 1796. No Capítulo VI o autor analisa e reflete:
“A ação benfazeja do Sol faz desabrochar os animais e as plantas que cobrem a Terra, e a analogia nos leva a crer que ela produz efeitos semelhantes sobre os outros planetas: porque não é natural pensar que a matéria da qual vemos a fecundidade se desenvolver de tantas maneiras, seja estéril sobre um tão grande planeta como Júpiter que, como o globo terrestre, tem seus dias, suas noites, seus anos, e sobre o qual as observações indicam as mudanças que supõem forças muito ativas... O homem, feito para a temperatura de que ele goza sobre a Terra, não poderia, segundo toda a aparência, viver sobre os outros planetas. Porém, não deve haver aí uma infinidade de organizações relativas às diversas temperaturas dos globos e dos universos? Se a única diferença dos elementos e dos climas põe tanta variedade nas produções terrestres, quanto mais devem diferir as dos planetas e dos satélites!”
Muitas Moradas
Vemos que vários foram os pronunciamentos sobre a vida em outros mundos, havendo evidente contradição entre Kardec e eles, especialmente no que diz respeito a Marte.
A questão se faz espinhosa. Deixamos ao leitor a análise, reflexão e aceitação, ou não, de tudo aquilo que trouxemos para este texto.
De nossa parte, do pouco que aprendemos daquilo que a vida tem para nos ensinar, consideramos integralmente válidas as assertivas escritas em O Livro dos Espíritos. Quanto às opiniões que com elas possam colidir, não as invalidamos, a priori: nós as deixamos no "armário da razão", cujo senhor é o Tempo, para que ele, quando estivermos em patamar espiritual bem mais elevado, nos mostre se elas devem ser alocadas na "prateleira dos devaneios" ou na da Verdade.
E, finalizando, para balbuciar tímida resposta à pergunta que abre essa leitura, refletimos na grandeza da natureza, que aqui mesmo na Terra nos leva a um profundo respeito e amor filial ao Criador, deduzindo que sim: há vida pujante em outros mundos (são muitos: bilhões, trilhões, quem sabe?).
Para nossa dedução, socorremo-nos do mais poderoso aval que qualquer ser humano terrestre pode avocar – o de Jesus, quando afirmou: “Há muitas moradas na casa do meu Pai”.

fonte: http://www.portaldoespirito.com.br/portal/publicacoes/esp-ciencia/005/vida-em-outros-mundos.html

terça-feira, 26 de outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Gastos da TV

23/09/2010;SAQUE BANCO24HORAS;2309930;-430.0(TV)

23/09/2010;CASAS BAHIA 383 - CARTAO VISA ELECTRON;13544;-950.0(TV)

23/09/2010;CASAS BAHIA 383 - CARTAO VISA ELECTRON;13545;-1000.0(TV)

23/09/2010;LOJAS AMERICANAS 164 - CARTAO VISA ELECTRON;42107;-49.99 (Antena)

Os valores estão divididos + um saque porque a TV custou R$2.400,00 e as operações eram limitadas em R$1000,00.


1423.43($$ pra ser entregue em espécie)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

COTIZAÇÂO GARRIDO

09/08/2010;Cleber Luciano Silva Nascimento -
TRANSF AUTORIZ ENTRE AGS;2802296;139.23
(RECEBIMENTO DE AULA-SALDO ANTES DAS DOAÇÕES)
.
10/08/2010;MICHEL SILVA C. E. R. G. CAMELO -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;198928;100.0
.
10/08/2010;ANTONIO JORGE VIEGAS P. FILHO -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;200367;50.0
.
10/08/2010;Ag02378maq007041seq02547 -
SAQUE CC AUTOAT;7041547;-150.0
(SOBROU 27,54 - O PROXIMO PG SERÁ MINHA DOAÇÂO)
.
11/08/2010;LUIZ HENRIQUE S FERNANDES -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;100001;50.0
.
11/08/2010;RODRIGO BOUCAS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;212034;100.0
.
11/08/2010;ROGERIO S M P. E. A. PEREIRA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;212038;50.0
.
11/08/2010;O PROPRIO FAVORECIDO -
TRANSF ENTRE AGENC DINH;1073469;50.0
.
11/08/2010;Rafael Moreno Oliveira de Souza -
TRANSF AUTORIZ ENTRE AGS;643232;50.7
.
12/08/2010;PABLO TROVAO DE CARVALHO -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;400001;50.0
.
12/08/2010;LUCIANO PACHECO VIANNA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;751019;50.0
.
13/08/2010;MIGUEL HENRIQUE A. D. ALVES -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;381559;100.0
.
13/08/2010;DIOGO BARROS S. E. C. L. C. FARI -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;390578;150.0
.
13/08/2010;CESTA BASICA DE SERVICOS -
TARIFA BANCARIA;20810;-9.9 (SOBROU 17,64)
.
16/08/2010;ANDRE NEVES FANTONI -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;12;50.24
.
16/08/2010;ANDRE LUIZ T A DANTAS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;300001;50.0
.
16/08/2010;RENATO RIBEIRO FENILI -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;800012;50.0
.
16/08/2010;EDUARDO DA SILVA MALAQUIAS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;923214;50.12
.
16/08/2010;O PROPRIO FAVORECIDO -
TRANSF ENTRE AGENC DINH;1101497;50.0
.
16/08/2010;Ag02139maq037819seq07021 -
DEPOS CC AUTOAT;7819021;50.0
.
16/08/2010;THIAGO INOCENCIO CONSTANCIO -
TRANSF AUTORIZ ENTRE AGS;2785685;50.0
.
17/08/2010;ARTUR GUILHERME FERREIRA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;871;100.0
.
17/08/2010;RICARDO RUSSIO CARVALHAES -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;943;100.0
.
17/08/2010;LEONARDO V P BARROS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;200006;200.0
.
17/08/2010;WANGNEY ILCO FARIAS CARDOSO -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;602912;100.0
.
17/08/2010;OTON FRANCISCO O SOUZA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;800001;60.0
.
17/08/2010;VINICIUS REBUIT MILAGRE -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;957940;50.0
.
17/08/2010;O PROPRIO FAVORECIDO -
TRANSF ENTRE AGENC DINH;1410309;50.0
.
17/08/2010;Ag01804maq031037seq01723 -
DEPOS CC AUTOAT;1037723;50.0
.
17/08/2010;Ag03087maq018493seq07811 -
DEPOS CC AUTOAT;8493811;100.0
.
18/08/2010;THIAGO TRESSE CABRAL -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;117;30.0
.
18/08/2010;WANDERSON MORAIS RAMOS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;1345;55.0
.
18/08/2010;RODRIGO OLIVEIRA MOTTA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;676002;100.0
.
18/08/2010;Ag00156maq031700seq07787 -
DEPOS CC AUTOAT;1700787;110.0
.
19/08/2010;RAPHAEL MACHADO MANTOVANO -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;300001;50.0
.
19/08/2010;FABIO SOUSA DE OLIVEIRA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;920431;100.0
.
19/08/2010;Ag00541maq031233seq05287 -
DEPOS CC AUTOAT;1233287;100.0
.
20/08/2010;DIOGO NERY MONTEIRO -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;862249;200.0
.
23/08/2010;MARIO ROBERTO N BESSA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;600001;50.0
.
23/08/2010;LUIS FELIPE M SANTOS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;600002;50.0
.
23/08/2010;LEANDRO FERREIRA NUNES -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;997967;100.24
.
23/08/2010;LEONARDO Q R. E. S. C. M. QUAGLI -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;997972;50.0
.
23/08/2010;AG03121MAQ022863SEQ01819 -
DEPOS CC AUTOAT;2863819;100.0
.
01/09/2010;MICHEL AFONSO ASSAD COHEN -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;600012;100.0
.
03/09/2010;BRUNO PINHEIRO TRINDADE -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;819768;50.0
.
06/09/2010;RICARDO BITTENCOURT DA SILVA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;3647;100.0
.
06/09/2010;AG00592MAQ030735SEQ04153 -
DEPOS CC AUTOAT;735153;50.0
.
08/09/2010;CARLOS JOSE VICENTE CAVALCANTE -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;191164;50.0
.
10/09/2010;JORGE MARCIO S SANTOS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;100005;50.0
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13/09/2010;RODRIGO SOARES AGUIEIRAS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;300003;50.0
.
13/09/2010;ALEXANDRE SIMAS DE MEDEIROS -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;531079;100.0
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13/09/2010;DOUGLAS DA SILVA KOMATSU -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;700002;100.0
.
13/09/2010;MARILIA TRIGUEIRO MORAIS DE PAIV -
TRANSF AUTORIZ ENTRE AGS;1125529;50.0
.
15/09/2010;CESTA BASICA DE SERVICOS -
TARIFA BANCARIA;10910;-9.9
.
17/09/2010;BRUNO OLIVEIRA FEITOSA -
DOC CREDITO AUTOMATICO*;966019;100.15
.
TOTAL ...........3853.42
Qualquer dúvida me escrevam!!!
OBS: Fim de faina!!!
Alfa-Mike

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Capitalismopatas

Hoje faço uma leitura diferente do mundo. Não acredito mais em americanismo, europismo ou quaisquer outros ismos. Atualmente, o mister de dirigir o mundo está na mão dos empresários. Todos os ismos são apenas marionetes de uma nefasta rede de capitalismopatas. Dirigem o mundo, por sede de dinheiro e poder. Poder de comandar e ditar os rumos da sociedade. As fronteiras físicas só existem nas mentes das pessoas, e nossos dirigentes assim as mantém; dividir para conquistar. Ingênuo aquele que se coloca de maneira individualista nesse contexto, seja ele político, social ou econômico. Deixamos de ser nações soberanas e passamos a massa de manobra. Todos nós, os terráqueos. Precisamos, urgentemente, pensar acima disso...

terça-feira, 22 de junho de 2010

MENSAGEM DE EMMANUEL - LEIA COM CALMA

Recebi muitos e-mails de leitores perguntando por que você ainda não se reportou à questão de 2012.
_Amados Irmãos e Irmãs da Terra, nós dos Reinos Superiores estamos em grande alegria por testemunhar o nascimento da nova Gaia. Esta é a primeira vez que um planeta inteiro tenta se duplicar num plano superior de existência no seu sistema solar. A duplicação é a primeira etapa do processo de ascensão de Gaia, e, apesar de não estar completo ainda, nós acreditamos que logo se completará. A segunda etapa é a separação em dois planetas; esta etapa poderia ser comparada à reprodução celular. No caso de células, o processo é Mitose, e a célula original se divide em duas novas células completas que são idênticas à célula original. No caso de Gaia, o processo é mais parecido com a Meiose, em que as células criadas por esse processo não são idênticas à célula original. Em sua densidade isto é aplicado especialmente aos corpos femininos. O processo de duplicação de um planeta inteiro leva cerca de nove dos seus anos para se realizar, enquanto que a separação ocorrerá numa fração de segundo. No final do ciclo Galáctico, Gaia terá um período de tempo muito curto, durante o qual a separação deverá ocorrer. Assim que este processo se completar, a nova Gaia existirá na quinta densidade, enquanto que a antiga Gaia permanecerá na terceira densidade. Por isso há tanta confusão sobre o que irá acontecer no ano de 2012. Alguns indivíduos dizem catástrofe, outros dizem ascensão, e outros dizem que nada irá acontecer. E todos estão certos. O ano de 2012 não pode ser entendido se for observado somente do ponto de vista da terceira densidade, porque, de fato, está acontecendo um alinhamento multidimensional/galáctico em todos os níveis de consciência, a partir de onde a propagação da torrente de elétrons, prótons, etc. ocorrerá, devido à sua mútua repulsão eletrostática. A quantia total de propagação de fluxo é um volume infinito em qualquer ponto do campo vetor, e sua manifestação/resultado são determinados pelo fluxo livre de consciência em uma dada região do campo vetor. Isto significa que haverá muitos resultados diferentes a partir de um mesmo evento. Tudo depende da taxa vibratória da sua consciência, significando que todo indivíduo irá experienciar um resultado diferente. Alguns experimentarão catástrofe, alguns experimentarã o ascensão, e outros não experimentarã o nada. Dois indivíduos experimentarão o mesmo resultado somente quando suas consciências vibrarem numa mesma taxa, porque quando dois indivíduos focalizam sua consciência na mesma parte do espectro energético da consciência , eles se tornam contemporâneos, eles não mais estão separados pela ilusão de espaço e tempo. Para entender este conceito, primeiro vocês devem entender que vocês são seres multidimensionais vivendo simultaneamente em milhares de planos de existência paralelos sobrepostos.Muitos de vocês são capazes de sentir isto, mas muitos pensam que têm um "Eu-principal" (aquele que está lendo neste instante) e todos os "outros-Eu" são menos reais. Quando, de fato, sua consciência é igualmente distribuída por todos os seus eus, tornando todos eles o seu "Eu-principal". Com uma simples decisão, vocês redirecionam sua consciência para um de seus "mil-Eus". Quando isto ocorre, vocês não sentem nada, mas vocês - literalmente - se mudam para outro mundo. Tudo irá parecer como dez minutos atrás, vocês estarão morando na mesma casa, casados com a mesma pessoa, trabalhando no mesmo lugar, etc., mas do ponto de vista vibracional, todas essas coisas são totalmente novas, já que vocês agora estão vivendo num mundo novo. O modelo de universos paralelos sobrepostos foi projetado pelo Criador com o propósito de enriquecer a experiência da sua alma, agora, depende do seu livre-arbítrio decidir qual deles você irá acompanhar na mudança de 2012 com total consciência. Por exemplo, você e seu vizinho não terão a mesma experiência. Cada um de vocês irá continuar vivendo em Terras diferentes. Todos aqueles que não têm a mesma faxa vibratória que você, simplesmente desaparecerão da sua realidade. É por isso que a maioria das "previsões" feitas ultimamente não acontece, porque uma previsão é feita num ponto específico do campo vetor, onde a atenção daquele que faz a previsão está integrada com sua consciência, mas um segundo depois ele e, o mais importante, você mudaram sua consciência para um "outro-Eu", e agora você está vivendo em outra vida paralela, onde o resultado da previsão não irá ocorrer. Sua consciência é o que determina em qual vida você vive neste instante, e suas crenças é o que fixa a consciência em determinada parte da vida. Se você acredita que o ano 2012 marca o fim da humanidade, então você experimentará algum tipo de fim. Por outro lado, se você acredita que em 2012 começará a colheita da ascensão, então você experimentará algum tipo de começo. Lembrem-se, seu padrão de pensamento cria sensações, suas sensações criam emoções, e suas emoções criam a sua realidade. Pergunta: Você mencionou muitas vezes que nós devemos deixar o medo para trás, um leitor da Austrália perguntou: Como s e substitui o Medo pelo Amor? O Amor é um presente do alto e existe além da dualidade. Não há como substituir um pelo outro; isto precisa ser profundamente entendido. Medo e Amor não são coisas diferentes; eles são qualidades diferentes da mesma energia. O Medo é o aspecto negativo do Amor. Se as vibrações mais altas da energia primitiva não fluírem através do seu campo energético, essa energia se torna Medo. Se à parte mais alta do espectro de frequências for permitido fluir, o Medo desaparece e o Amor permanece. A ideia de Medo e Amor serem duas coisas diferentes foi enraizada na mente coletiva através de eras com o único propósito de escravizar a humanidade, porque um indivíduo não pode ser reduzido à escravidão se ele entender que o Medo e o Amor são a mesma energia e tudo depende de qual parte do espectro ele focaliza. Quando dois indivíduos se focalizam na mesma parte do espectro energético, eles não mais estão separados, eles são um. As vibrações do amor ajudam vocês a se mesclarem com os outros. Pergunta: Você mencionou que nosso DNA está sendo ativado através de feixes de energia de alta vibração dispensados na Terra, um leitor da França gostaria de saber quantos dos doze filamentos de DNA podem ser ativados no presente estado da consciência humana.
_Os seres humanos de terceira dimensão são potencialmente capazes de ativar inúmeros filamentos de DNA, entretanto, no presente momento da evolução humana há 144 filamentos principais que precisariam ser ativados para despertar seu total potencial humano.O Grande Diretor Divino e o Conselho dos Senhores do Karma fixaram o número de filamentos neste ponto específico da linha evolucionária em 144. Além desses 144 filamentos, há um pacote de upgrade de 144 mil filamentos de DNA "galácticos" disponíveis neste momento.
Pergunta: Um leitor da Rússia perguntou: Quanto mais eu avanço no caminho espiritual, mais inseguro me sinto. O que estou fazendo errado?
_Você não está fazendo nada errado, simplesmente você pode sentir que essa real segurança não existe.Segurança nada significa além da condescendência com as circunstâncias de sua realidade. É meramente um ideal implantado em sua mente para fazê-lo temer o desconhecido, pois, se você permanecer no conhecido, não haverá crescimento. Quando você penetra no desconhecido e acolhe a incerteza, você realiza um avanço espetacular na abertura de portas para o seu real Eu e seu papel no Plano Divino. Amados Irmãos e Irmãs da Terra, vocês estão vivendo em tempos incríveis! As energias dispensadas na Terra estão aumentando significantemente a cada novo dia, o DNA dos recém-nascidos contém informação genética jamais vista na Terra, e seus cientistas podem confirmar a presença de um novo filamento ativo de DNA em muitos recém-nascidos.(*) Nota do Tradutor: leia sobre isso no link abaixo:ht tp://www.dihitt. com.br/noticia/ descobertos- genes-de- et s-em-dna- humanoSeus céus estão cheios de "luzes" vistas por milhares de pessoas em bases diárias.A consciência coletiva está criando novas conexões entre indivíduos que pertencem ao mesmo "grupo de alma", independente da distância física entre eles. Habilidades telepáticas agora estão disponíveis para praticamente todos. Seu corpo energético começou a se lembrar do seu potencial e está ativando suas capacidades de autocura. Mais e mais indivíduos entendem que eles têm um contrato de vida para cumprir, e estão mudando suas atitudes em relaç ão à vida, mudando todo o mundo no qual eles vivem. Muitos, muitos saíram de seu condicionamento, e podem ver a liberdade total apenas a alguns passos à frente. A maioria da sua coletividade está se desligando de todas as ideias fixas do passado, e um novo paradigma está nascendo. A ideia de separação entre os indivíduos de sua coletividade está sumindo mais rápido do que vocês podem imaginar, suas almas começaram a se lembrar que a separação só existe na superfície, e lá no fundo, vocês (nós) são todos Um. O ciclo da limitação está se aproximando do fim. Realmente são tempos incríveis para a Raça Humana! Mas novas oportunidades trazem novas responsabilidades. Olhem em volta, o que vocês têm feito agora parece ser insuficiente. É hora de produzir alguma coisa nova, um novo começo na jornada, um novo princípio. Vocês se prepararam através de muitas vidas para este momento, não o percam. É hora para a co-criação deliberada do seu futuro. O segredo da co-criação de toda uma nova realidade é simplesmente dividir grandes metas em séries de pequenas metas. A cada pequena realização, a meta final estará mais próxima. Seja uma pessoa de ação, somente indivíduos com ações orientadas fazem as coisas acontecerem. Não esperem até amanhã. Hoje é um bom dia para começar.Comecem por confiar em vocês mesmos, em seu potencial, em sua conexão com o Tudo Que É, e no seu absolutamente insubstituível papel no Plano Divino. Quando vocês confiarem sinceramente em si mesmos, sua consciência os levará a viver uma vida que é honrada e significativa!EU SOU Emmanuel©2009 Langa http://www.emmanuel messages. com/< style="font-size: 8.5pt; font-family: Verdan a; color: #663366; font-style: italic;">É permitido copiar e compartilhar esta informação somente em sua totalidade, incluindo este aviso de copyright e sem alterar o conteúdo da informação.Tradução: SINTESEhttp://blogsintese. blogspot. com/

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ponto de Apoio

Euclides nos revelou que três pontos não colineares determinam um plano. Esse é um de seus axiomas que integra o alfabeto da geometria. Com três pontos temos um apoio. Acredito que a vida também está baseada em três pontos: conhecimento, sentimento e caridade. Todos com seus referidos graus de importância. É o que nos define, a nossa verdadeira bagagem.
Precisamos então entender o conhecimento. Temos nesse ponto a cultura e os estudos intelectuais e morais, por isso a importância do estudo contínuo. O conhecimento nos torna capaz de tomar decisões para nossa vida baseadas em comparações previamente adquiridas, com nosso esforço. Pois nosso aprendizado é balizado por comparações. Seguinte ao conhecimento, temos o sentimento. Sua principal definição está no aprendizado do amor. Acredito que aprender a amar seja o ponto mais difícil de conseguirmos apoio. Conseguinte, temos a caridade. Vide a importância desse ponto, pois ele nos permite realimentar todo o sistema. Não falo somente da caridade para saciar os instintos, que também tem o seu valor. Refiro-me a caridade de ensinar o conhecimento e a amar. A partir dessas três letras, podemos constituir outras palavras. Se há um sentimento interno que existe algo após a morte, precisamos apoiar nossa vida nesses três pontos, porque todo resto não passa de mera efemeridades . Afinal nascemos ou começamos a morrer???
ASM

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Conhecer Deus!!!

O homem é realmente muito egocêntrico, se coloca como a principal criatura do universo, detentora da total atenção Divina. Como consequência desse pensamento acha ser profundamente íntimo e conhecedor dos desígnios de Deus. Nós não estamos nem no Centro da nossa galáxia, muito menos somos o centro do Universo. Mesmo assim alguns intermediadores, entre o homem e Deus, dizem como a humanidade deve se portar conforme o entendimento Divino. Com tamanha simplicidade tem a petulância de ser o porta-voz de Deus. Talvez se nos importássemos mais com o bem estar do próximo, irmãos de caminhada, que mais facilmente podemos conhecer... Suas necessidades, dificuldades, projeções, subjetividade, não, achamos mais fácil conhecer Deus. Parece até mesmo uma grande brincadeira de mal gosto da história. Mesmo sendo racional, o homem, não consegue deixar seu egoísmo conveniente e acha que compreende Deus. Ditando normas para salvação, conforme Deus quer. Agora, Ditar normas para diminuir a população excluída, diminurir a pobreza moral, estender a mão ao semelhante... Ah! Isso não dá status social. A moeda de poder do século XXI é ter seu Deus maior do que o Deus de outrem e manter o sistema corrente imutável, sistema em que poucos dominam muitos e dominam com a permissão de Deus. Quanto mais riqueza acumulada, mais próximo de Deus. Haja petulância, um homem falar em nome de Deus. Acho que temos uma caminhada muito longa pela frente. Acredito que seria mais respeitoso cuidarmos da criação do que tentar entender o Criador.
ASM

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A vida carioca...

Não sei se todos sabem o que está acontecendo no Rio. Vou tentar explicar... O antigo jogo do bicho ganhou uma nova dimensão no Brasil. Pra que vcs entandam isso direito, primeiro, é preciso explicar que os comandantes do jogo do bicho ocupam seus cargos por hereditariedade. Os bicheiros lotearam o Rio de Janeiro em áreas para exploração do jogo ilegal (jogo do bicho, caça níquel, bingo e etc). Esse acordo definiu um respeito mútuo entre os bicheiros. Só que, a ambição do sobrinho de um dos bicheiros, o Castor de Andrade, colocou esse acordo em risco. Vcs sabem que o bicheiro Castor de Andrade morreu e, consequentemente, seus negócios foram divididos para seus dois filhos. Então seu sobrinho, após o assassinato do filho do Castor de Andrade, passou a dominar a área por ele controlada. Estava iniciada a guerra e o banho de sangue que assola o Rio de Janeiro. O último atentado veiculado na imprensa mostrou que o sobrinho do Castor de Andrade, Rogério de Andrade, sofreu um atentado que culminou com a morte de seu filho. A sorte foi lançada. Fora isso, seguindo no raciocínio do negócio do jogo do bicho no Brasil, todo nosso território foi loteado por esses bicheiros para exploração do jogo. Como verdadeiros mafiosos, cobram taxas daqueles que colocam suas maquininhas caça níquel, seja onde for. Essa fortuna financia políticos, corrupção e tudo mais. Traçando um paralelo a essa brincadeira temos ainda a milícia (explora o fornecimento de serviço pirata, como: gás, gato net, e outros), trafico de drogas, armas, de mulheres e tudo que é mais nefasto. Corrompendo a sociedade em todas as esferas, legislativa, executiva e judiciária. Temos também a máfia das farmácias, dos médicos, MST, dos hospitais, dos padeiros, dos leiteiros, polícial e etc. Todos os seguimentos sociais se reúnem pra extorquir, roubar, impor... E no meio a isso tudo estamos nós que precisamos adequar nossas idiossíncrasias a esse paradigma social de inversão de valores. Alguém acha que isso tem jeito??? Peçam ajuda aos Estados Unidos...
Forte Abraço,
ASM

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ser Solidário

Ouvi nesses dias de calamidade pública que assolaram o Rio de Janeiro, que o povo Carioca é Solidário. Doando alimentos, medicamento, roupas etc. Desculpem minha opinião, mas isso pra mim isso não é ser solidário, isso se chama culpa. Quem disse que só há solidariedade depois da tragédia? Entendo que ser solidário é evitar a tragédia. É tirar a população da área de risco antes que venham as chuvas. Alguém tem dúvida que chove no Rio de Janeiro??? Ser solidário é equipar as escolas, valorizar o professor e fornecer atendimento médico decente. Isso é ser solidário. Ser solidário depois que vidas foram perdidas... É política. Querer aparecer na televisão com algum objetivo escuso. Ser solidário é o trabalho silencioso de pessoas altruístas que tentam educar, ajudar, evitar esse tipo de desastre. Ser solidário antes de tudo é se importar com a vida. Não há como lhe aferir importância depois que pessoas humildes foram soterradas. A solidariedade está ligada a prevenção e não ao asco demagogo das políticas públicas brasileiras de outrora, que ainda insistem em imperar em pleno século XXI.
ASM

sábado, 3 de abril de 2010

Chico Xavier - O filme

Estreou hoje, 02/04/2010, o filme sobre a biografia do ícone do Espiritismo, Chico Xavier. Não há como eu descrever em palavras a emoção de poder conhecer um pouco de Chico Xavier. Trabalhador árduo, impressionante mesmo. Dentro de toda a dificuldade posta em seu caminho ele as superou com amor e sempre como um sorriso no rosto. É incrível sua obra. Seu testemunho de vida é inspirador e demonstra como somos pequeninos nesse mundo... Temos muito o que aprender e fazer para que possamos demonstrar nosso valor. Estou profundamente sensibilizado com a grandeza moral que teve Chico Xavier. Concito a todos a assistirem o filme e se dêem a oportunidade de sair da sessão transformados...
Que a paz esteja com todos...
ASM

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Quem escreveu a Bíblia?

Dentre todos os equívocos de tradução e envolvimento político no movimento religioso dois, no texto abaixo, chamaram minha atenção, não pelo efeito que causam mas sim pela falta de conhecimento dos que tem a Bíblia como sua única fonte de estudo:
1- Igreja aceita as teorias de Darwin desde a década de 1950; e
2- No ano 591, o papa Gregório fez um sermão dizendo que Madalena e outra mulher, também citada nas Escrituras e essa sim ex-pecadora, na verdade seriam a mesma pessoa (em 1967, o Vaticano desfez o equívoco, limpando a reputação de Maria).

Mesmos assim algumas religiões continuam crendo e pregando Maria Madalena como prostituta e no texto da Gênesis de que Deus criou tudo em 6 dias e descançou no sétimo. Cada um vai fazendo sua crença, aproveitando dessas escrituras pra arrebatar fiéise dízimos através do medo do inferno e das penas eternas. Cada um colocando na sua Bíblia o que lhe convém... Isso não é incrível.

ASM



A história de Deus foi escrita pelos homens. Mas quem é o autor do livro mais influente de todos os tempos? As respostas são surpreendentes - e vão mudar sua maneira de ver as Escrituras
fonte: http://super.abril.com.br/religiao/quem-escreveu-biblia-447888.shtml
por Texto José Francisco Botelho

Em algum lugar do Oriente Médio, por volta do século 10 a.C., uma pessoa decidiu escrever um livro. Pegou uma pena, nanquim e folhas de papiro (uma planta importada do Egito) e começou a contar uma história mágica, diferente de tudo o que já havia sido escrito. Era tão forte, mas tão forte, que virou uma obsessão. Durante os 1 000 anos seguintes, outras pessoas continuariam reescrevendo, rasurando e compilando aquele texto, que viria a se tornar o maior best seller de todos os tempos: a Bíblia. Ela apresentou uma teoria para o surgimento do homem, trouxe os fundamentos do judaísmo e do cristianismo, influenciou o surgimento do islã, mudou a história da arte – sem a Bíblia, não existiriam os afrescos de Michelangelo nem os quadros de Leonardo da Vinci – e nos legou noções básicas da vida moderna, como os direitos humanos e o livre-arbítrio. Mas quem escreveu, afinal, o livro mais importante que a humanidade já viu? Quem eram e o que pensavam essas pessoas? Como criaram o enredo, e quem ditou a voz e o estilo de Deus? O que está na Bíblia deve ser levado ao pé da letra, o que até hoje provoca conflitos armados? A resposta tradicional você já conhece: segundo a tradição judaico-cristã, o autor da Bíblia é o próprio Todo-Poderoso. E ponto final. Mas a verdade é um pouco mais complexa que isso.
A própria Igreja admite que a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas. A palavra do Senhor é sagrada, mas foi escrita por reles mortais. Como não sobraram vestígios nem evidências concretas da maioria deles, a chave para encontrá-los está na própria Bíblia. Mas ela não é um simples livro: imagine as Escrituras como uma biblioteca inteira, que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. Aliás, o termo “Bíblia”, que usamos no singular, vem do plural grego ta biblia ta hagia – “os livros sagrados”. A tradição religiosa sempre sustentou que cada livro bíblico foi escrito por um autor claramente identificável. Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento (que no judaísmo se chamam Torá e no catolicismo Pentateuco) teriam sido escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C. Os Salmos seriam obra do rei Davi, o autor de Juízes seria o profeta Samuel, e assim por diante. Hoje, a maioria dos estudiosos acredita que os livros sagrados foram um trabalho coletivo. E há uma boa explicação para isso.
As histórias da Bíblia derivam de lendas surgidas na chamada Terra de Canaã, que hoje corresponde a Líbano, Palestina, Israel e pedaços da Jordânia, do Egito e da Síria. Durante séculos acreditou-se que Canaã fora dominada pelos hebreus. Mas descobertas recentes da arqueologia revelam que, na maior parte do tempo, Canaã não foi um Estado, mas uma terra sem fronteiras habitada por diversos povos – os hebreus eram apenas uma entre muitas tribos que andavam por ali. Por isso, sua cultura e seus escritos foram fortemente influenciadas por vizinhos como os cananeus, que viviam ali desde o ano 5000 a.C. E eles não foram os únicos a influenciar as histórias do livro sagrado.
As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, antigos habitantes do atual Iraque, que no 3o milênio a.C. escreveram a Epopéia de Gilgamesh. Essa história, protagonizada pelo semideus Gilgamesh, menciona uma enchente que devasta o mundo (e da qual algumas pessoas se salvam construindo um barco). Notou semelhanças com a Bíblia e seus textos sobre o dilúvio, a arca de Noé, o fato de Cristo ser humano e divino ao mesmo tempo? Não é mera coincidência. “A Bíblia era uma obra aberta, com influências de muitas culturas”, afirma o especialista em história antiga Anderson Zalewsky Vargas, da UFRGS.
Foi entre os séculos 10 e 9 a.C. que os escritores hebreus começaram a colocar essa sopa multicultural no papel. Isso aconteceu após o reinado de Davi, que teria unificado as tribos hebraicas num pequeno e frágil reino por volta do ano 1000 a.C. A primeira versão das Escrituras foi redigida nessa época e corresponde à maior parte do que hoje são o Gênesis e o Êxodo. Nesses livros, o tema principal é a relação passional (e às vezes conflituosa) entre Deus e os homens. Só que, logo no começo da Beeblia, já existiu uma divergência sobre o papel do homem e do Senhor na história toda. Isso porque o personagem principal, Deus, é tratado por dois nomes diferentes.
Em alguns trechos ele é chamado pelo nome próprio, Yahweh – traduzido em português como Javé ou Jeová. É um tratamento informal, como se o autor fosse íntimo de Deus. Em outros pontos, o Todo-Poderoso é chamado de Elohim, um título respeitoso e distante (que pode ser traduzido simplesmente como “Deus”). Como se explica isso? Para os fundamentalistas, não tem conversa: Moisés escreveu tudo sozinho e usou os dois nomes simplesmente porque quis. Só que um trecho desse texto narra a morte do próprio Moisés. Isso indica que ele não é o único autor. Os historiadores e a maioria dos religiosos aceitam outra teoria: esses textos tiveram pelo menos outros dois editores.
Acredita-se que os trechos que falam de Javé sejam os mais antigos, escritos numa época em que a religiosidade era menos formal. Eles contêm uma passagem reveladora: antes da criação do mundo, “Yahweh não derramara chuva sobre a terra, e nem havia homem para lavrar o solo”. Essa frase, “não havia homem para lavrar o solo”, indica que, na primeira versão da Bíblia, o homem não era apenas mais uma criação de Deus – ele desempenha um papel ativo e fundamental na história toda. “Nesse relato, o homem é co-criador do mundo”, diz o teólogo Humberto Gonçalves, do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, no Rio Grande do Sul.
Pelo nome que usa para se referir a Deus (Javé), o autor desses trechos foi apelidado de Javista. Já o outro autor, que teria vivido por volta de 850 a.C., é apelidado de Eloísta. Mais sisudo e religioso, ele compôs uma narrativa bastante diferente. Ao contrário do Deus-Javé, que fez o mundo num único dia, o Deus-Elohim levou 6 (e descansou no 7o). Nessa história, a criação é um ato exclusivo de Deus, e o homem surge apenas no 6o dia, junto aos animais.
Tempos mais tarde, os dois relatos foram misturados por editores anônimos – e a narrativa do Eloísta, mais comportada, foi parar no início das Escrituras. Começando por aquela frase incrivelmente simples e poderosa, notória até entre quem nunca leu a Bíblia: “E, no início, Deus criou o céu e a terra...”
Em 589 a.C., Jerusalém foi arrasada pelos babilônios, e grande parte da população foi aprisionada e levada para o atual Iraque. Décadas depois, os hebreus foram libertados por Ciro, senhor do Império Persa – um conquistador “esclarecido”, que tinha tolerância religiosa. Aos poucos, os hebreus retornaram a Canaã – mas com sua fé transformada. Agora os sacerdotes judaicos rejeitavam o politeísmo e diziam que Javé era o único e absoluto deus do Universo. “O monoteísmo pode ter surgido pelo contato com os persas – a religião deles, o masdeísmo, pregava a existência de um deus bondoso, Ahura Mazda, em constante combate contra um deus maligno, Arimã. Essa noção se reflete até na idéia cristã de um combate entre Deus e o Diabo”, afirma Zalewsky, da UFRGS.
A versão final do Pentateuco surgiu por volta de 389 a.C. Nessa época, um religioso chamado Esdras liderou um grupo de sacerdotes que mudaram radicalmente o judaísmo – a começar por suas escrituras. Eles editaram os livros anteriores e escreveram a maior parte dos livros Deuteronômio, Números, Levítico e também um dos pontos altos da Bíblia: os 10 Mandamentos. Além de afirmar o monoteísmo sem sombra de dúvidas (“amarás a Deus acima de todas as coisas” é o primeiro mandamento), a reforma conduzida por Esdras impunha leis religiosas bem rígidas, como a proibição do casamento entre hebreus e não-hebreus. Algumas das leis encontradas no Levítico se assemelham à ética moderna dos direitos humanos: “Se um estrangeiro vier morar convosco, não o maltrates. Ama-o como se fosse um de vós”.
Outras passagens, no entanto, descrevem um Senhor belicoso, vingativo e sanguinário, que ordena o extermínio de cidades inteiras – mulheres e crianças incluídas. “Se a religião prega a compaixão, por que os textos sagrados têm tanto ódio?”, pergunta a historiadora americana Karen Armstrong, autora de um novo e provocativo estudo sobre a Bíblia. Para os especialistas, a violência do Antigo Testamento é fruto dos séculos de guerras com os assírios e os babilônios. Os autores do livro sagrado foram influenciados por essa atmosfera de ódio, e daí surgiram as histórias em que Deus se mostra bastante violento e até cruel. Os redatores da Bíblia estavam extravasando sua angústia.
Por volta do ano 200 a.C., o cânone (conjunto de livros sagrados) hebraico já estava finalizado e começou a se alastrar pelo Oriente Médio. A primeira tradução completa do Antigo Testamento é dessa época. Ela foi feita a mando do rei Ptolomeu 2o em Alexandria, no Egito, grande centro cultural da época. Segundo uma lenda, essa tradução (de hebraico para grego) foi realizada por 72 sábios judeus. Por isso, o texto é conhecido como Septuaginta. Além da tradução grega, também surgiram versões do Antigo Testamento no idioma aramaico – que era uma espécie de língua franca do Oriente Médio naquela época.
Dois séculos mais tarde, a Bíblia em aramaico estava bombando: ela era a mais lida na Judéia, na Samária e na Galiléia (províncias que formam os atuais territórios de Israel e da Palestina). Foi aí que um jovem judeu, grande personagem desta história, começou a se destacar. Como Sócrates, Buda e outros pensadores que mudaram o mundo, Jesus de Nazaré nada deixou por escrito – os primeiros textos sobre ele foram produzidos décadas após sua morte.
E o cristianismo já nasceu perseguido: por se recusarem a cultuar os deuses oficiais, os cristãos eram considerados subversivos pelo Império Romano, que dominava boa parte do Oriente Médio desde o século 1 a.C. Foi nesse clima de medo que os cristãos passaram a colocar no papel as histórias de Jesus, que circulavam em aramaico e também em coiné – um dialeto grego falado pelos mais pobres. “Os cristãos queriam compreender suas origens e debater seus problemas de identidade”, diz o teólogo Paulo Nogueira, da Universidade Metodista de São Paulo. Para fazer isso, criaram um novo gênero literário: o evangelho. Esse termo, que vem do grego evangélion (“boa-nova”), é um tipo de narrativa religiosa contando os milagres, os ensinamentos e a vida do Messias.
A maioria dos evangelhos escritos nos séculos 1 e 2 desapareceu. Naquela época, um “livro” era um amontoado de papiros avulsos, enrolados em forma de pergaminho, podendo ser facilmente extraviados e perdidos. Mas alguns evangelhos foram copiados e recopiados à mão, por membros da Igreja. Até que, por volta do século 4, tomaram o formato de códice – um conjunto de folhas de couro encadernadas, ancestral do livro moderno. O problema é que, a essa altura do campeonato, gerações e gerações de copiadores já haviam introduzido alterações nos textos originais – seja por descuido, seja de propósito. “Muitos erros foram feitos nas cópias, erros que às vezes mudaram o sentido dos textos. Em certos casos, tais erros foram também propositais, de acordo com a teologia do escrivão”, afirma o padre e teólogo Luigi Schiavo, da Universidade Católica de Goiás. Quer ver um exemplo?
Sabe aquela famosa cena em que Jesus salva uma adúltera prestes a ser apedrejada? De acordo com especialistas, esse trecho foi inserido no Evangelho de João por algum escriba, por volta do século 3. Isso porque, na época, o cristianismo estava cortando seu cordão umbilical com o judaísmo. E apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes-escritores judeus haviam colocado no Pentateuco. A introdução da cena em que Jesus salva a adúltera passa a idéia de que os ensinamentos de Cristo haviam superado a Torá – e, portanto, os cristãos já não precisavam respeitar ao pé da letra todos os ensinamentos judeus.
A julgar pelo último livro da Bíblia cristã, o Apocalipse (que descreve o fim do mundo), o receio de ter suas narrativas “editadas” era comum entre os autores do Novo Testamento. No versículo 18, lê-se uma terrível ameaça: “Se alguém fizer acréscimos às páginas deste livro, Deus o castigará com as pragas descritas aqui”. Essa ameaça reflete bem o clima dos primeiros séculos do cristianismo: uma verdadeira baderna teológica, com montes de seitas defendendo idéias diferentes sobre Deus e o Messias. A seita dos docetas, por exemplo, acreditava que Jesus não teve um corpo físico. Ele seria um espírito, e sua crucificação e morte não passariam – literalmente – de ilusão de ótica. Já os ebionistas acreditavam que Jesus não nascera Filho de Deus, mas fora adotado, já adulto, pelo Senhor. A primeira tentativa de organizar esse caos das Escrituras ocorreu por volta de 142 – e o responsável não foi um clérigo, mas um rico comerciante de navios chamado Marcião.
A Bíblia segundo Marcião
Ele nasceu na atual Turquia, foi para Roma, converteu-se ao cristianismo, virou um teólogo influente e resolveu montar sua própria seleção de textos sagrados. A Bíblia de Marcião era bem diferente da que conhecemos hoje. Isso porque ele simpatizava com uma seita cristã hoje desaparecida, o gnosticismo. Para os gnósticos, o Deus do Velho Testamento não era o mesmo que enviara Jesus – na verdade, as duas divindades seriam inimigas mortais. O Deus hebraico era monstruoso e sanguinário, e controlava apenas o mundo material. Já o universo espiritual seria dominado por um Deus bondoso, o pai de Jesus. A Bíblia editada por Marcião continha apenas o Evangelho de João, 11 cartas de Paulo e nenhuma página do Velho Testamento. Se as idéias de Marcião tivessem triunfado, hoje as histórias de Adão e Eva no paraíso, a arca de Noé e a travessia do mar Vermelho não fariam parte da cultura ocidental. Mas, por volta de 170, o gnosticismo foi declarado proibido pelas autoridades eclesiásticas, e o primeiro editor da Bíblia cristã acabou excomungado.
Roma, até então pior inimiga dos cristãos, ia se rendendo à nova fé. Em 313, o imperador romano Constantino se aliou à Igreja. Ele pretendia usar a força crescente da nova religião para fortalecer seu império. Para isso, no entanto, precisava de uma fé una e sólida. A pressão de Constantino levou os mais influentes bispos cristãos a se reunirem no Concílio de Nicéia, em 325, para colocar ordem na casa de Deus. Ali, surgiu o cânone do cristianismo – a lista oficial de livros que, segundo a Igreja, realmente haviam sido inspirados por Deus.
“A escolha também era política. Um grupo afirmou seu poder e autoridade sobre os outros”, diz o padre Luigi. Esse grupo era o dos cristãos apostólicos, que ganharam poder ao se aliar com o Império Romano. Os apostólicos eram, por assim dizer, o “partido do governo”. E por isso definiram o que iria entrar, ou ser eliminado, das Escrituras.
Eles escolheram os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João para representar a biografia oficial de Cristo, enquanto as invenções dos docetas, dos ebionistas e de outras seitas foram excluídas, e seus autores declarados hereges. Os textos excluídos do cânone ganharam o nome de “apócrifos” – palavra que vem do grego apocrypha, “o que foi ocultado”. A maioria dos apócrifos se perdeu – afinal de contas, os escribas da Igreja não estavam interessados em recopiá-los para a posteridade. Mas, com o surgimento da arqueologia, no século 19, pedaços desses textos foram encontrados nas areias do Oriente Médio. É o caso de um polêmico texto encontrado em 1886 no Egito. Ele é assinado por uma certa “Maria” que muitos acreditam ser a Madalena, discípula de Jesus, presente em vários trechos do Novo Testamento. O evangelho atribuído a ela é bem feminista: Madalena é descrita como uma figura tão importante quanto Pedro e os outros apóstolos. Nos primórdios do cristianismo, as mulheres eram aceitas no clero – e eram, inclusive, consideradas capazes de fazer profecias. Foi só no século 3 que o sacerdócio virou monopólio masculino, o que explicaria a censura da apóstola e seu testemunho. Aliás, tudo indica que Madalena não foi prostituta – idéia que teria surgido por um erro na interpretação do livro sagrado. No ano 591, o papa Gregório fez um sermão dizendo que Madalena e outra mulher, também citada nas Escrituras e essa sim ex-pecadora, na verdade seriam a mesma pessoa (em 1967, o Vaticano desfez o equívoco, limpando a reputação de Maria).
Na evolução da Bíblia, foram aparecendo vários trechos machistas – e suspeitos. É o caso de uma passagem atribuída ao apóstolo Paulo: “A mulher aprenda (...) com toda a sujeição. Não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem (...) porque Adão foi formado primeiro, e depois Eva”. É provável que Paulo jamais tenha escrito essas palavras – porque, na época em que ele viveu, o cristianismo não pregava a submissão da mulher. Acredita-se que essa parte tenha sido adicionada por algum escriba por volta do século 2.
Após a conversão do imperador Constantino, o eixo do cristianismo se deslocou do Oriente Médio para Roma. Só que, para completar a romanização da fé, faltava um passo: traduzir a palavra de Deus para o latim. A missão coube ao teólogo Eusebius Hyeronimus, que mais tarde viria a ser canonizado com o nome de são Jerônimo. Sob ordens do papa Damaso, ele viajou a Jerusalém em 406 para aprender hebraico e traduzir o Antigo e o Novo Testamento. Não foi nada fácil: o trabalho durou 17 anos.
Daí saiu a Vulgata, a Bíblia latina, que até hoje é o texto oficial da Igreja Católica. Essa é a Bíblia que todo mundo conhece. “A Vulgata foi o alicerce da Igreja no Ocidente”, explica o padre Luigi. Ela é tão influente, mas tão influente, que até seus erros de tradução se tornaram clássicos. Ao traduzir uma passagem do Êxodo que descreve o semblante do profeta Moisés, são Jerônimo escreveu em latim: cornuta esse facies sua, ou seja, “sua face tinha chifres”. Esse detalhe esquisito foi levado a sério por artistas como Michelangelo – sua famosa escultura representando Moisés, hoje exposta no Vaticano, está ornada com dois belos corninhos. Tudo porque Jerônimo tropeçou na palavra hebraica karan, que pode significar tanto “chifre” quanto “raio de luz”. A tradução correta está na Septuaginta: o profeta tinha o rosto iluminado, e não chifrudo. Apesar de erros como esse, a Vulgata reinou absoluta ao longo da Idade Média – durante séculos, não houve outras traduções.
O único jeito de disseminar o livro sagrado era copiá-lo à mão, tarefa realizada pelos monges copistas. Eles raramente saíam dos mosteiros e passavam a vida copiando e catalogando manuscritos antigos. Só que, às vezes, também se metiam a fazer o papel de autores.
Após a queda do Império Romano, grande parte da literatura da Antiguidade grega e romana se perdeu – foi graças ao trabalho dos monges copistas que livros como a Ilíada e a Odisséia chegaram até nós. Mas alguns deles eram meio malandros: costumavam interpolar textos nas Escrituras Sagradas para agradar a reis e imperadores. No século 15, por exemplo, monges espanhóis trocaram o termo “babilônios” por “infiéis” no texto do Antigo Testamento – um truque para atacar os muçulmanos, que disputavam com os espanhóis a posse da península Ibérica.
Escrituras em série
Tudo isso mudou após a invenção da imprensa, em 1455. Agora ninguém mais dependia dos copistas para multiplicar os exemplares da Bíblia. Por isso, o grande foco de mudanças no texto sagrado passou a ser outro: as traduções.Em 1522, o pastor Martinho Lutero usou a imprensa para divulgar em massa sua tradução da Bíblia, que tinha feito direto do hebraico e do grego para o alemão. Era a primeira vez que o texto sagrado era vertido numa língua moderna – e a nova versão trouxe várias mudanças, que provocavam a Igreja (veja quadro na pág. 65). Logo depois um britânico, William Tyndale, ousou traduzir a Bíblia para o inglês. No Novo Testamento, ele traduziu a palavra ecclesia por “congregação”, em vez de “igreja”, o termo preferido pelas traduções católicas. A mudança nessa palavrinha era um desafio ao poder dos papas: como era protestante, Tyndale tinha suas diferenças com a Igreja. Resultado? Ele foi queimado como herege em 1536. Mas até hoje seu trabalho é referência para as versões inglesas do livro sagrado.
A Bíblia chegou ao nosso idioma em 1753 – quando foi publicada sua primeira tradução completa para o português, feita pelo protestante João Ferreira de Almeida. Hoje, a tradução considerada oficial é a feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e lançada em 2001. Ela é considerada mais simples e coloquial que as traduções anteriores. De lá para cá, a Bíblia ganhou o mundo e as línguas. Já foi vertida para mais de 300 idiomas e continua um dos livros mais influentes do mundo: todos os anos, são publicadas 11 milhões de cópias do texto integral, e 14 milhões só do Novo Testamento.
Depois de tantos séculos de versões e contra-versões, ainda não há consenso sobre a forma certa de traduzi-la. Alguns buscam traduções mais próximas do sentido e da época original – como as passagens traduzidas do hebraico pelo lingüista David Rosenberg na obra O Livro de J, de 1990. Outros acham que a Bíblia deve ser modernizada para atrair leitores. O lingüista Eugene Nida, que verteu a Bíblia na década de 1960, chegou ao extremo de traduzir a palavra “sestércios”, a antiga moeda romana, por “dólares”. Em 2008, duas versões igualmente ousadas estão agitando as Escrituras: a Green Bible (“Bíblia Verde”, ainda sem versão em português), que destaca 1 000 passagens relacionadas à ecologia – como o momento em que Jó fala sobre os animais –, e a Bible Illuminated (‘Bíblia Iluminada”, em inglês), com design ultramoderno e fotos de celebridades como Nelson Mandela e Angelina Jolie.
A Bíblia se transforma, mas uma coisa não muda: cada pessoa, ou grupo de pessoas, a interpreta de uma maneira diferente – às vezes, com propósitos equivocados. Em pleno século 21, pastores fundamentalistas tentam proibir o ensino da Teoria da Evolução nas escolas dos EUA, sendo que a própria Igreja aceita as teorias de Darwin desde a década de 1950. Líderes como o pastor Jerry Falwell defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros, e no Oriente Médio rabinos extremistas usam trechos da Torá para justificar a ocupação de terras árabes. Por quê? Porque está na Bíblia, dizem os radicais. Não é nada disso. Hoje, os principais estudiosos afirmam que a Bíblia não deve ser lida como um manual de regras literais – e sim como o relato da jornada, tortuosa e cheia de percalços, do ser humano em busca de Deus. Porque esse é, afinal, o verdadeiro sentido dessa árvore de histórias regada há 3 mil anos por centenas de mãos, cabeças e corações humanos: a crença num sentido transcendente da existência.

Top 5 pragas
I. Quando os hebreus eram escravos no Egito, o Senhor enviou 10 pragas contra os opressores do povo escolhido. A primeira delas foi transformar toda a água do país em sangue (Êxodo 7:21).
II. Como o faraó não libertava os hebreus, o Senhor radicalizou: matou, numa só noite, todos os primogênitos do Egito. “E houve grande clamor no país, pois não havia casa onde não houvesse um morto” (Êxodo 12:30).
III. Desgostoso com os pecados de Sodoma e Gomorra, Deus destruiu as duas cidades com uma chuvarada de fogo e enxofre (Gênesis 19:24).
IV. Para punir as deso­bediências do rei Davi, o Senhor enviou uma doença não identificada, que matou 70 mil homens e 200 mil mulheres e crianças (2 Samuel, 24: 1-13).V. Quando a nação dos filisteus roubou a arca da Aliança, onde estavam guardados os 10 Mandamentos, o Senhor os castigou com um surto de hemorróidas letais. “Os intestinos lhes saíam para fora e apodreciam” (1 Samuel 5:9) .

Os possíveis autores
1200 a.C. - Moisés
Segundo uma lenda judaica, a Torá (obra precursora da Bíblia) teria sido escrita por ele. Mas há controvérsias, pois existe um trecho da Torá que diz: “Moisés morreu e foi sepultado pelo Senhor próximo a Fegor”. Ora, se Moisés é o autor do texto, como ele poderia ter relatado a própria morte?
1000 a.C. - Javista
Viveu na corte do rei Davi, no antigo reino de Israel, e era um aristocrata. Ou, quem sabe, uma aristocrata: para o crítico Harold Bloom, Javista era mulher. Isso porque os personagens femininos da Bíblia (Eva e Sara, por exemplo) são muito mais elaborados que os masculinos.
Século 4 a.C. - Esdras
Líder religioso que reformou o judaísmo e possível editor do Pentateuco (5 primeiros livros da Bíblia). Vários trechos bíblicos editados por ele pregam a violência: “Derrubareis todos os altares dos povos que ides expropriar, queimareis as casas, e mudareis os nomes desses lugares”.
Século 1 - Paulo
Nunca viu Cristo pessoalmente, mas foi o primeiro a escrever sobre ele. Nascido na Turquia, Paulo viajou e fundou igrejas pelo Oriente Médio. Ele escrevia cartas para essas igrejas, contando a incrível aventura de um tal Jesus – que foi crucificado e ressuscitou.
Século 1 - Maria Madalena
Estava entre os discípulos favoritos de Jesus – e, diferentemente do que o Vaticano sustentou durante séculos, nunca foi prostituta. Pelo contrário: tinha influência no cristianismo e é a suposta autora do Apócrifo de Maria, um livro em que fala sobre sua relação pessoal com Jesus e divulga os ensinamentos dele.
Século 1 - João
Escreveu o 4o evangelho do Novo Testamento (João) e o Livro do Apocalipse, o último da Bíblia. Para ele, Jesus não é apenas um messias – é um ser sobrenatural, a própria encarnação de Deus. Essa interpretação mística marca a ruptura definitiva entre judaísmo e fé cristã.
Século 5 - Jerônimo
Nascido no território da atual Hungria, este padre foi enviado a Jerusalém com uma missão importantíssima: traduzir a Bíblia do grego para o latim. Cometeu alguns erros, como dizer que o profeta Moisés tinha chifres (uma confusão com a palavra hebraica karan, que na verdade significa “raio de luz”).
Século 16 - William TyndalePossuir trechos da Bíblia em qualquer idioma que não fosse o latim era crime. O professor Tyndale não quis nem saber, traduziu tudo para o inglês, e acabou na fogueira. Mas seu trabalho foi incrivelmente influente: é a base da chamada “Bíblia do Rei James”, até hoje a tradução mais lida nos países de língua inglesa.

Top 5 matanças
I. Um grupo de meninos malcriados zombou da calvície do profeta Eliseu. Pra quê! Na hora, dois ursos famintos saíram de um bosque e comeram as crianças (2 Reis 2:24).
II. Cercado por um exército de filisteus, o herói Sansão apanhou a mandíbula de um jumento morto. Usando o osso como arma, ele massacrou mil inimigos (Juízes, 15:16).
III. O profeta Elias convidou os sacerdotes do deus Baal para uma competição de orações. Era uma armadilha: Elias incitou o povo, que linchou os pagãos (1 Reis 18:40).
VI. Os judeus haviam perdido a fé e começaram a adorar um bezerro de ouro. Moisés ficou furioso e mandou sacerdotes levitas matar 3 mil infiéis (Êxodo 32:19).V. A nação dos amalequitas disputava o território de Canaã com os judeus. O Senhor ordena que todos os amalequitas sejam chacinados (1 Samuel 15:18).

Top 5 satanagens
I. Após a destruição de Sodoma, os únicos sobreviventes eram Ló e suas duas filhas. As filhas de Lot embebedaram o pai e tiveram com ele a noite mais incestuosa da Bíblia (Gênesis 19:31).
II. O Cântico dos Cânticos, atribuído ao rei Salomão, é altamente erótico. Um dos trechos: “Teu corpo é como a palmeira, e teus seios, como cachos de uvas” (Cânticos 7:7).
III. Os anjos do Senhor tiveram chamegos ilícitos com mulheres mortais. “Vendo os Filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram-nas como mulheres, tantas quanto desejaram” (Gênesis 6:2).
IV. A Bíblia diz que os antigos egípcios eram muito bem-dotados. Após a fuga para Canaã, a judia Ooliba tem saudades dos tempos em que se prostituía no Egito. Tudo porque “seus amantes (...) ejaculavam como cavalos” (Ezequiel 23:20).V. O hebreu Onã casou com a viúva de seu irmão, mas não conseguia fazer sexo com ela – preferia o prazer solitário. Do nome dele vem o termo “onanismo”, que significa masturbação (Gênesis 38:9).

As história da história
Como o livro sagrado evoluiu ao longo dos tempos
Tanach - Século 5 a.C.
É a Bíblia judaica, e tem 3 livros: Torá (palavra hebraica que significa “lei”), Nebiim (“profetas”) e Ketuvim (“escritos”). É parecida com a Bíblia atual, pois os católicos copiaram seus escritos. Contém as sementes do monoteísmo e da ética religiosa, mas também pregações de violência. A primeira das bíblias tem trechos ambíguos e misteriosos – algumas passagens dão a entender que Javé não é o único deus do Universo.
Septuaginta - Século 3 a.C.
O Oriente Médio era dominado pelos gregos e pelos macedônios. Muitos judeus viviam em cidades de cultura grega, como Alexandria, e desejavam adaptar sua religião aos novos tempos. Diz a lenda que Ptolomeu, rei do Egito, reuniu um grupo de 72 sábios judeus para traduzir a Tanach – e fizeram tudo em 72 dias. Por isso, o resultado é conhecido como Septuaginta. Inclui textos que não constam da Tanach.
Novo Testamento - Século 1
A língua do Antigo Testamento é o hebraico, mas o Novo Testamento foi escrito num dialeto grego chamado coiné. Contém os relatos sobre vida, milagres, morte e ressurreição de Jesus – os evangelhos. Em alguns trechos, vai deixando evidente a divergência entre cristianismo e judaísmo. É o caso, por exemplo, do Evangelho de João, em que Jesus é descrito como uma encarnação de Deus (coisa na qual os judeus não acreditavam).
Católica - Século 4
Seus autores decidiram incluir 7 livros que os judeus não reconheciam. São os chamados Deuterocanônicos: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Macabeus 1 e 2 (mais trechos dos livros Daniel e Ester). A Bíblia católica bate na tecla do monoteísmo: a palavra hebraica Elohim, usada na Tanach para designar a divindade, é o plural de El, um deus cananeu. Mas foi traduzida no singular e virou “Senhor”.
Ortodoxa - Por volta do século 4
É baseada na Septuaginta, mas também inclui livros considerados apócrifos por católicos e protestantes: Esdras 1, Macabeus 3 e 4 e o Salmo 151. A tradução é mais exata (nesta Bíblia, Moisés nunca teve chifres, um erro de tradução introduzido pela Bíblia latina), e os escritos não são levados ao pé da letra: para os ortodoxos, o que conta são as interpretações do texto bíblico, feitas por teólogos ao longo dos séculos.
Protestante - Século 16Ao traduzir a Bíblia para o alemão, Martinho Lutero excluiu os livros Deuterocanônicos e mudou algumas coisas. Um exemplo é a palavra grega metanoia, que na Bíblia católica significa “fazer penitência” – uma referência à confissão dos pecados, um dos sacramentos católicos. Já Lutero traduziu metanoia como “reviravolta”. Para ele, confessar os pecados era inútil. O importante era transformar a vida pela fé.

Top 5 milagres
I. O maior de todos os milagres divinos foi o primeiro: a Criação do mundo, pelo poder da palavra. “E Deus disse: que haja luz. E houve luz” (Gênesis 1:3).
II. Para dar-lhe uma amostra de seus poderes, o Senhor leva Ezequiel a um campo cheio de esqueletos – e os traz de volta à vida. “O vento do Senhor soprou neles, e viveram” (Ezequiel, 37; 1-28).
III. Graças à benção divina, o herói Sansão tinha a força de muitos homens. Certa vez, foi atacado por um leão. “O espírito do Senhor deu-lhe poder, e Sansão destroçou a fera com as próprias mãos, como se matasse um cabrito” (Juízes 14:6).
IV. Josué liderava uma batalha contra os amalequitas, mas o Sol estava se pondo. Como não queria lutar no escuro, o hebreu pediu ajuda divina – e o Sol ficou no céu (Josué 10:13).V. Para fugir do Egito, os hebreus precisavam atravessar o mar Vermelho. E não tinham navios. Moisés ergueu seu bastão e as águas do mar se dividiram. Após a passagem dos hebreus, o profeta deixou que as ondas se fechassem sobre os exércitos do faraó (Êxodo 14; 21-30).

Para saber mais
A Bíblia: Uma Biografia
Karen Armstrong, Jorge Zahar Editora, 2007.
Who Wrote the Bible?Richard Elliott Friedman, HarperOne, 1997.